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ALEXANDRE MASCARENHAS DE LEMOS

Desde o primeiro contacto com o mundo equestre, Alexandre Mascarenhas de Lemos soube que o seu destino estava traçado entre pistas e arreios. Herdeiro de uma referência incontornável do hipismo português, partilha com o pai o nome e a paixão pelos cavalos, mas trilha, com convicção, um caminho próprio.

 

Cresceu rodeado de cavalos, histórias de competição e uma herança de exigência e disciplina. “Costumo dizer que praticamente nasci em cima de um cavalo”, recorda. O primeiro pónei, o Dalton, marcou o início de uma ligação indissociável: “Foi com ele que aprendi o valor da confiança e da entrega, fundamentos que ainda hoje orientam a minha relação com cada cavalo.” Desde então, essa relação evoluiu de forma consciente e apaixonada, transformando-se numa arte vivida entre técnica, emoção e respeito.

Inspirado pelo pai, Alexandre aprendeu que o rigor é tão essencial quanto a sensibilidade. A convivência familiar moldou-lhe a visão, mas a ambição é inteiramente sua. Encarar as comparações entre gerações com serenidade tornou-se parte do percurso. “Ser comparado a um cavaleiro com a experiência e a visão do meu pai é um elogio. O meu objectivo é acrescentar a essa herança uma dimensão própria.” Essa dimensão expressa-se hoje em resultados consistentes, numa postura profissional irrepreensível e numa filosofia de vida onde o desporto é também introspecção.

 

 

A ligação com o cavalo Classico 70 traduz o melhor dessa harmonia. Um animal de 12 anos, filho de Chin Chin e Caretino, com energia e inteligência raras. Dentro da pista, potência e concentração; fora dela, serenidade e afecto. “Desde o primeiro momento criou-se uma linguagem silenciosa, que dispensa gestos excessivos.” É com ele que compete regularmente em Grandes Prémios de 1,45 m e 1,50 m, num percurso que une talento, paciência e uma notável atenção ao detalhe.

 

“Gosto de pensar que o meu trabalho é como o mecanismo de um relógio suíço: cada engrenagem tem de funcionar em perfeita sincronização.”

A preparação física e mental faz parte do mesmo compromisso. Alexandre pratica kickboxing e treino funcional, que o ajudam a desenvolver foco, resistência e capacidade de reacção. “Acredito profundamente que o cavalo reflecte o estado interior do cavaleiro”, diz. Essa filosofia estende-se à leitura, à disciplina diária e à forma como encara cada competição: com rigor, coragem e uma serenidade aprendida na exigência do desporto.

 

 

No horizonte, o futuro desenha-se com ambição e clareza: competir em Aachen, Spruce Meadows, Genebra e no The Dutch Masters, consolidar o percurso no circuito Global Champions Tour e continuar a construir uma equipa onde cada papel é essencial. “O cavaleiro é apenas a face visível de uma estrutura complexa. A precisão e a confiança entre todos são fundamentais.”

Mais do que títulos, o jovem cavaleiro sonha deixar um legado. O projecto Next Generation Riders, que idealiza, pretende formar e apoiar novos talentos portugueses. “Há muito potencial em Portugal, mas faltam estruturas que transformem essa paixão em caminho.” Uma missão que resume o seu espírito: exigência, autenticidade e amor incondicional pelo cavalo, o verdadeiro ponto de partida e de chegada de toda a sua história.

 

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