A empresária Mary Laik encontrou no Alentejo e na Comporta o equilíbrio perfeito entre autenticidade e visão de futuro. O seu investimento combina estética, funcionalidade e respeito pelas raízes locais.
Nascida e criada no Mónaco, Mary Laik cresceu num ambiente onde “tudo girava em torno da beleza e dos detalhes”. O seu pai tinha um negócio de jóias e relógios, e a família da mãe estava ligada à decoração. Formou-se em gestão, mas cedo percebeu que o seu caminho passava pela criação. “Sempre tive interesse por tudo o que envolvia arte e design. Nunca quis ser apenas mais uma pessoa, fazendo apenas mais um projecto”, afirma.
A mudança para Portugal, em 2017, aconteceu após o nascimento do filho. Procurava qualidade de vida, segurança e espaço para os cavalos do marido, então cavaleiro profissional. “Queríamos um ambiente saudável para ver o nosso filho crescer”, recorda. Encontrou tudo isso no Alentejo e rapidamente percebeu o potencial do país. “Segurança, valores e tradição; foi isso que me convenceu de que Portugal era um bom país para investir e viver.”








Entre Arraiolos, Azeitão e Comporta, Mary Laik construiu um conceito que alia a precisão da arquitectura à alma da hospitalidade. “Temos vindo a renovar e construir casas de aldeia na Comporta real, que continua autêntica e cheia de charme.”
O conceito evoluiu para o modelo ready-to-live: casas chave na mão, totalmente mobiladas e prontas a habitar, pensado sobretudo para uma clientela internacional. “As pessoas muitas vezes não querem lidar com o stress de uma obra num país novo. Desenvolvemos casas personalizadas, onde cada detalhe conta.”








Além da construção e decoração, Laik e a sua equipa acompanham todo o processo de mudança, apoiando clientes em questões legais, administrativas e alfandegárias. “Queremos que quem chega a Portugal se sinta em casa desde o primeiro dia.”
A vertente equestre, partilhada com o marido, surgiu naturalmente. “Incluímos estruturas equestres, unindo o nosso gosto pelo estilo de vida alentejano e a ligação à equitação.” O próximo projecto, com mais de seis hectares, nasce perto do Montijo em parceria com um fornecedor de equipamentos equestres.








Mas o segredo da consistência de Mary Laik está na forma como integra o território. “Trabalhamos sempre com artesanato e mão de obra local”, sublinha. Das pedras de Estremoz aos têxteis de Reguengos e abat-jours de palha de Grândola, cada elemento é escolhido para criar um sentimento de pertença. “O nosso objectivo é sempre criar uma sensação de lar, e isso inclui o sentimento de comunidade onde está a casa.”
Com novos investimentos a caminho, a empresária francesa continua a acreditar no potencial do país que escolheu para viver. “Depois da cidade, da praia e do campo, só nos resta experimentar a vida na montanha”, conclui.