No coração da Covilhã, entre a memória dos lanifícios e a serenidade da Serra da Estrela, existe um refúgio onde o luxo se exprime com autenticidade, história e alma beirã. Descubra o Pena D’Água Boutique Hotel & Villas, um espaço que oferece uma experiência sensorial de montanha, tradição e elegância.
Na encosta suave da Serra da Estrela, entre murmúrios de água ancestral e a monumentalidade das paisagens beirãs, ergue-se um refúgio de luxo onde passado e presente se entrelaçam com notável harmonia. O Pena D’Água Boutique Hotel & Villas, instalado numa mansão do século XIX no coração da Covilhã, é mais do que um hotel: é um exercício de memória, sofisticação e pertença.




A origem de um nome com história
O nome “Pena D’Água” não foi escolhido ao acaso. Inspirado numa antiga unidade de medida utilizada para regular o fluxo da água das nascentes da serra para a cidade, remete para uma época em que o controlo da água definia o quotidiano urbano e doméstico. Uma dessas penas pertencia, de facto, à família original da casa — a família Catalão — cujos direitos estão registados em escritura centenária. Hoje, esse legado é celebrado num tanque recuperado no jardim do hotel, um símbolo silencioso da ligação entre natureza, história e cultura.

O renascimento de uma casa com alma
Foi pelas mãos de Rui Jorge Barata, empresário local com raízes profundas na Serra, que este projecto ganhou vida. O edifício principal, uma antiga casa de família, foi reabilitado com um rigoroso respeito pelo património arquitectónico. Tectos altos, lambris em madeira, vigas de castanho e elementos da antiga capela foram cuidadosamente preservados, reinterpretando-se agora como peças centrais do design de interiores.
Mas o hotel não vive apenas do passado. Ao edifício original juntaram-se oito villas contemporâneas, pensadas para famílias e estadias prolongadas, e uma filosofia de hospitalidade ancorada na sustentabilidade e na ligação ao território.
Sustentabilidade com assinatura serrana
No Pena D’Água, luxo e consciência ambiental coexistem com naturalidade. A recuperação de materiais como as vigas antigas, agora transformadas em mobiliário, e o uso de cortiça e óleos naturais nos revestimentos do SPA revelam um compromisso autêntico com o ambiente. A presença de painéis solares, sistemas de recolha de águas pluviais e soluções de isolamento com desperdícios têxteis reforçam essa intenção.
Até a proposta de experiências é pensada em sintonia com a serra: passeios de bicicleta eléctrica, workshops de feltragem da lã, produção de queijo fresco ou recolha de ervas aromáticas locais — são mais de 900 as espécies catalogadas na região — transformam a estadia num mergulho sensorial no território beirão.
Um SPA entre montanhas
O SPA & Wellness do Pena D’Água é outro dos seus tesouros ocultos. Intimamente ligado à paisagem e à filosofia do hotel, oferece uma experiência de profundo relaxamento através de piscinas interiores e exteriores, sauna, banho turco e tratamentos que integram ingredientes autóctones da serra. Há planos ambiciosos para o seu alargamento, reforçando ainda mais a vertente de bem-estar, elemento central da proposta do hotel.
Açafrão: o sabor da tradição reinventada
A gastronomia, no Pena D’Água, é elevada a arte com o restaurante Açafrão, sob a batuta do chef Filipe Madeira, que, após uma carreira internacional, regressou à sua terra natal para reinterpretar a cozinha regional. A carta é uma ode à Beira Interior: cherovia em tempura, sames de bacalhau com camarão da costa, presa de porco ibérico com acelgas e grão-de-bico ou sobremesas como a Tijelada Beirã. Tudo servido com precisão, paixão e um olhar contemporâneo.
E há ainda o sommelier Rúben Nunes, também natural da Covilhã, cujo profundo conhecimento vínico realça a harmonização dos pratos, com destaque para os vinhos do Douro e outras regiões de excelência.
Durante os meses quentes, o Atrium by Açafrão – um elegante espaço ao ar livre – oferece uma carta mais leve e estival, ideal para finais de tarde descontraídos entre cocktails e partilhas.
Uma cidade entre o design e a lã
Falar do Pena D’Água é também falar da Covilhã. A cidade, que já foi apelidada de “Manchester Portuguesa” pela sua histórica indústria dos lanifícios, integra desde 2021 a Rede de Cidades Criativas da UNESCO, no domínio do Design. Este reconhecimento internacional sublinha a transformação cultural que tem vindo a ocorrer, com especial destaque para a arte urbana que hoje cobre muros e fachadas da cidade.
O maior catalisador deste movimento foi o WOOL – Covilhã Urban Art Festival, criado em 2011, o mais antigo festival de arte urbana de Portugal. Através dele, artistas nacionais e internacionais reabilitam o espaço público com obras de grande escala que dialogam com a memória local, enriquecendo ainda mais a experiência urbana dos visitantes.
Um luxo discreto com raízes fundas
No total, são 33 unidades de alojamento, entre quartos, suites e villas, que definem este boutique hotel onde cada detalhe foi pensado para oferecer uma hospitalidade íntima, mas irrepreensivelmente elegante. Aqui, a montanha não é só o cenário, é a protagonista, viva nos materiais, nos sabores, nas memórias e nas experiências.
É difícil não se sentir em casa neste hotel que, embora boutique no nome, tem o coração (e a ambição) de uma grande casa beirã. Um lugar onde o tempo corre mais devagar e o luxo se mede em autenticidade, atenção ao pormenor e em histórias que resistem ao tempo.