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“O saber fazer português é a nossa identidade”

Juntos, querem formar uma aliança coesa para dar voz e preservar o saber fazer português que se expressa através das marcas nacionais de luxo e de excelência. Nesta sua missão, a laurel quer partilhar conhecimento e valorizar o trabalho dos artesãos, garantindo a continuidade de uma arte que cria valor, diferencia e eleva o reconhecimento de portugal no mundo.

 

Num mundo cada vez mais global e padronizado, a exclusividade ganha valor acrescido. Ela representa aquilo que é único e distintivo, e, mais do que a essência do objecto em si, traduz uma experiência, a sensação de nos sentirmos especiais e privilegiados. No fundo, falamos do conceito de luxo, que pode ser definido pelo seu carácter diferenciador, pela qualidade excepcional e o valor intrínseco, mas igualmente pelo saber fazer que se materializa tantas vezes no trabalho manual de artífices.

 

SAARANHA&VASCONCELOS

 

A paixão por esta arte, que é imperioso preservar e difundir, é precisamente um dos principais pilares em que assenta a criação da Laurel, a associação que nasceu com a “missão de aglutinar, dinamizar, promover e defender as marcas portuguesas de excelência, perpetuando desta forma o saber fazer português, em alguns casos com mais de 700 anos de história”, explica o seu director-geral, Francisco Carvalheira.

Na sua opinião, “um país que protege e dignifica o seu saber fazer, protege a sua identidade”. Como tal, e considerando que “80% das marcas de luxo e excelência são dependentes do trabalho do artesão”, valorizar e “dar voz” a este ofício significa defender a tradição e o património cultural, ao mesmo tempo que se garante a continuidade destas marcas portuguesas.

 

VIÚVA LAMEGO
BOCA DO LOBO

 

Mas o propósito da associação não se esgota neste reconhecimento e preservação. “O objectivo é dar a conhecer ao mundo a excelência das nossas marcas e, através delas, afirmar Portugal lá fora, criar valor e diferenciação, inspirando outras a seguir o mesmo caminho”, assegura Francisco Carvalheira, referindo ser intenção da Laurel “trabalhar com as marcas portuguesas que tenham a excelência no seu ADN, mas também apoiar o desenvolvimento e criação de uma nova geração de marcas, aliando a inovação tecnológica ao processo de transmissão do conhecimento”.

 

ATELIER FRANCISCO TORRES

 

Nesta jornada, que junta empresas centenárias a projectos novos rumo à internacionalização, as parcerias e intercâmbios com as marcas europeias assumem um papel primordial, nomeadamente a união com a ECCIA (European Cultural and Creative Industries Alliance), que congrega 600 insígnias de excelência.

 

AMORIM LUXURY GROUP JNcQUOI
AROUND THE TREE
MUNNA

 

Para alcançar todos estes objectivos, a própria associação está também a expandir e a fortalecer a sua voz, formando uma aliança cada vez mais forte e coesa, na qual partilha do conhecimento e a criação de competências são cruciais para a dinamização e defesa dos interesses do seu número crescente de associados.

 

MOVECHO
NINI ANDRADE SILVA ATELIER

 

Das 12 marcas fundadoras em 2019– Amorim Luxury, Bahia – Jóias de Autor, Comporta Perfumes, FT Studio, Câmara Alta, Leitão & Irmão, RCF PI, Renova, Sogrape, SRS Advogados, Vista Alegre e Viúva Lamego – a Laurel conta hoje com 35 insígnias portuguesas de excelência que representam diversas áreas de actividade. A hotelaria, a arquitectura e design, e os serviços estão em maioria, mas os vinhos e azeites, a par com o têxtil e a moda portuguesa, são igualmente sectores com uma presença cada vez mais expressiva na associação.

 

 

PERPETUAR A EXCELÊNCIA PORTUGUESA


Francisco Carvalheira não tem dúvidas de que o potencial do made in Portugal enquanto marca de excelência “é enorme, já que a procura do luxo é muito superior à oferta” e as empresas nacionais deste segmento “deram, nos últimos anos, um salto qualitativo extraordinário, com resultados notáveis”, assumindo-se como autênticas embaixadoras do nosso país. “Portugal é um país riquíssimo, com um Saber Fazer com imensa tradição e qualidade”, nota o director-geral da Laurel.

 

BORDAL

 

As marcas portuguesas começam a ganhar notoriedade além-fronteiras, mas para “elevar o reconhecimento de Portugal como fazedor de excelência” há ainda muito caminho para percorrer. A associação trabalha para apoiar as marcas nesta caminhada, e para o fazer com conhecimento de causa, está a realizar um estudo que visa conhecer o perfil do consumidor de bens de luxo em Portugal. Além deste observatório, que será estratégico para a sua acção futura, a Laurel está “a trazer os associados para o centro do debate”, organizando encontros – pequenos-almoços, cross-branding, workshops e seminários – nos quais a partilha de desafios, de storytelling e de experiências fortalece o conhecimento das marcas. A formação é outro pilar essencial. O acesso à educação faz-se por meio de parcerias com as universidades, “criando cursos próprios em áreas que são críticas para perpetuar o saber fazer português”, explica Francisco Carvalheira, mas igualmente através da promoção de estágios e intercâmbios entre os estudantes e as marcas e da investigação sectorial. Para a defesa da cultura e indústria portuguesas de excelência e a protecção da propriedade intelectual, a Laurel aposta ainda no desenvolvimento de um Centro de Competências do Saber Fazer Português. “E porque queremos sentir que vale a pena fazer a diferença, vamos ter o Dia Laurel e o Prémio Laurel”, revela Francisco Carvalheira.