https://bit.ly/4ldciCA

Receba um vale de 10% para descontar na próxima compra

MENORCA, LA ISLA BONITA

Considerada pela UNESCO Reserva da Biosfera, Menorca, a ilha menos badalada das Baleares, leva-nos até um lugar onde somos obrigados a parar e respirar fundo.  

 

“Menorca, a menos turística das ilhas Baleares, há muito que tem a sustentabilidade na mira” - quem o diz é Anne Marie Espinasse, guia turística desde os anos 80.  Esta constatação está à vista quando se mergulha na praia Binissafuller a meio da tarde ou se faz um trilho no Parque Natural de S’Albufera des Grau. Desde os anos 60/70 que a reciclagem faz parte da agenda dos munícipes locais, e não se vê um papel atirado ao chão.

Instalados no Hotel Seth Agamenon, de olhos postos na Ilha do Rei, é tempo de conhecermos este lugar de águas cálidas e translúcidas, mas que é muito mais que o paraíso na terra. Privilegiar o que é local é outra característica dos menorquinos. Primeiro os produtos que nascem ali e só depois o que vem do continente. Com um café e uma ensaimada quentinha (especialidade local) estamos prontos para desbravar as ruas de Maó, a capital da ilha.

A primeira paragem acontece na sapataria Pretty Ballerinas, um negócio familiar que, desde 1918, faz à mão sapatos de menina. Não menos afamado é o sabão artesanal de Menorca, que se pode comprar loja sim, loja sim. Pelo caminho é impossível não reparar nos vestígios históricos um pouco por toda a parte. A fotogénica Pont de Sant Roc, uma ponte de pedra medieval, ou a fachada do Teatro Principal de Maó, não passam despercebidas. Às dez da manhã o sol já está abrasador e já há quem esteja de caña na mão para se apaziguar dos calores.

No centro histórico vêem-se várias tabuletas que avisam que a cidade “não tolera a violência machista”, o que é bom saber nestes tempos estranhos que se vivem. Depois de uma visita ao mercado local, onde a variedade de pinchos faz crescer água na boca, é tempo de rumar à Ilha do Rei. A travessia desde o porto até à ilha decorre num ápice. Um velho local lê o jornal, enquanto os turistas inundam os seus telefones de selfies e da panorâmica como recuerdos de umas férias felizes.

Já na ilha observamos a arquitetura do antigo hospital inglês, que fechou as portas em 1964. Depois de uns tempos ao abandono, hoje a ilha está muito bem representada no mundo da arte contemporânea. É lá que está instalado o Centro de Arte Hauser and Wirth que traz à ilha as últimas novidades artísticas do mundo. Neste momento dá palco à exposição da Videógrafa argentina Mika Rottenberg com as suas instalações “Cosmic Generator”, “Spaghetti blockchain” que se apresentam com Lampshares, a obra mais recente. A 24 de Junho a galeria recebe também a exposição “Mulheres”, da fotógrafa norte-americana Cindy Sherman.  

Se a sua paixão for a arte contemporânea não deixe de visitar também o LÔAC. Um edifício antigo do centro histórico de Alaior guarda uma admirável coleção de obras de artistas de renome internacional como Joan Miró, Francis Bacon, Alexander Calder e até uma gravura realizada a quatro mãos entre Pablo Picasso e Paul Lemagny. 

Depois destas andanças entre passado, presente e futuro, nada melhor que nos refrescarmos com o vinho local na Adega Binifadet, no coração da ilha. Fundada em 1982 por Carlos Anglés, a adega nasce a pretexto de uma vinha familiar para dar de beber à família e amigos. Afamado, o vinho menorquino é comercializado desde o tempo dos fenícios, sendo conhecido desde a altura em toda a rota mediterrânica. Volvidos mais de 40 anos, onde o terroir foi estudado com afinco, hoje produzem-se ali castas mais ajustadas à terra e ao clima. Ouvimos pela primeira vez a palavra “tramontana”, que designa os ventos frios que arejam as uvas locais e lhes dão um sabor especial.  Jantar debaixo de uma latada de vinhedo é uma delícia, e os vinhos Binifadet são de excepção.

Tendo como mote manhãs urbanas e tardes a monte, um novo dia começa com um passeio na antiga capital de Menorca: a Ciutadella. Com o mesmo charme de velha cidade europeia, a urbe mantém de pé os seus palácios e edifícios medievais. É, contudo, impossível não bisbilhotar cada loja de artesanato local, como a marca Ansa Per Ansa, que fabrica coloridas bolsas de pele, fibra com texturas variadas. Quando se entra na loja não se imagina a produção e a entreajuda que existe na cave. São autênticas fadas, as costureiras que executam com alegria as criações de Yola Febrer. “Fazemos bolsas à vossa medida. A cliente vai tomar um café e quando volta a mala já está pronta a usar”, conta Antónia, de 58 anos, antiga operária de uma fábrica de sapatos que fechou. Por ali, o trabalho artesão é bastante valorizado e depressa nos encantamos com a galeria Aglaya, onde as jóias de autor são uma perdição. O espaço serve também de sala de aula, já que se pode fazer aqui uma peça de joalharia a partir do zero. Mais tempo houvesse.

A fome aperta e vemo-nos sentadas à mesa de uma cooperativa de queijos. A toalha aos quadrados branca e vermelha lembra a casa da abuelita. Na Binillubet, as vacas são tratadas pelo nome: Maria, Lágrima, Duquesa ou Dorothy dão a matéria prima que faz os queijos que saboreamos devagar. Segue-se a visita à pequena fábrica que produz a iguaria, com Denominação de Origem Protegida desde os anos 80. Este ex-libris da ilha conserva o formato e receitas originais e é reconhecido mundialmente. Anualmente, várias cooperativas concorrem entre si para eleger o melhor queijo.  Para digerir este repasto sobe-se ao Monte Toro, ponto mais alto da ilha. Dali vê-se perfeitamente o Porto de Maó e a Ilha do Rei. O Santuário da virgem de monte Toro foi construído sobre uma igreja gótica, mas a espiritualidade fazemo-la em jeito de meditação sobre a vista extraordinária. 

 

ANSA PER ANSA

 

Para uma escapada romântica, ou somente para viver um programa indelével, é arranjar forma de chegar ao Torre Vella Fontenille Menorca. Neste boutique hotel o pôr do sol acontece numa escarpa em cima do mar. O staff monta um bar. Dispõem-se mesas e cadeiras e, de repente – como por magia –, há pão e vinho acompanhado por uma tábua de queijos e embutidos. Mal o sol se põe atrás do mar, a natureza incólume volta a tomar conta do lugar. Mas Menorca é assim, um lugar para degustar devagar, seja com um prato caldoso de lagosta no Restaurante Casino em Sant Climet, seja num jantar refinado no restaurante Siempreviva na Torre Vella. 

Ao contrário das outras ilhas baleares, Menorca é reservada, e até um copo ao fim da tarde se pode transformar numa brincadeira digna de corsários. Visitar a Sa cova den Xoroi encerra consigo uma antiga lenda de amor, não a vamos contar para apimentar a viagem.  A passagem de mais um dia é feita com brindes com o gin local neste antigo penhasco – cheio de cantos e recantos – transformado em bar. Debaixo da lua cheia despedimo-nos de Menorca no restaurante Tarambana, no típico porto de pesca Cales Fonts el Castel, com cozinha mediterrânea e contemporânea para “compartir”. Devagar. Nos intervalos desta animação há mais de 70 praias para descobrir.   

 

Hotel Seth Agamenon

 

 

Um hotel quatro estrelas com vistas incríveis para o porto de Maó e para a ilha do Rei, com a vantagem de ter acesso direto ao mar. O pequeno almoço é uma agradável surpresa.

https://www.sethotels.com

 

Torre Vella Fontenille Menorca

 

Uma velha quinta menorquina transformada num hotel hippie chique só pode ser uma boa combinação. Além da decoração ser de extremo bom gosto, neste lugar poderá ter experiências que nunca lhe passaram pela cabeça. De olhos postos no mar ou num prato cozinhado pelo chef catalão Albert Riera, o céu é o limite. 

www.lesdomainesdefontenille.com