A Breguet celebra o seu 250.º aniversário. Esta marca, de que sou aficionado confesso, é portadora do riquíssimo legado de A.-L. Breguet, génio incontornável da alta relojoaria, a quem se deve inúmeras invenções e criações estéticas (do turbilhão aos ponteiros e numerais com o seu nome) ainda hoje em uso.
Para assinalar a efeméride, a Maison produziu duas peças comemorativas, o Classique Souscription 2025 e o Tradition Seconde Rétrograde 7035, sendo provável que outras se lhes sigam, contemplando as demais colecções.
Dos dois modelos, o primeiro foi o que mais me cativou a atenção. Inspirado num relógio de bolso do final do sec. XVIII, deve esta designação a um conceito, à época, inovador: o relógio por subscrição, em que parte do preço era pago com a encomenda, possibilitando o custeio antecipado dos materiais a utilizar.
Esteticamente soberbo e de extrema simplicidade, o Classique Souscription representa a quintessência do medidor de tempo, graças a um único ponteiro que permite a leitura simultânea de horas e minutos. O mostrador, de esmalte branco, tem inscritos intervalos de 5 minutos, destacados aos 15, 30 e 45 minutos nos segmentos entre cada hora. A claridade e a dimensão facilitam a legibilidade, que, à primeira impressão, poderia parecer difícil. Parafraseando o Poeta, “primeiro estranha-se, depois entranha-se”.
O classicismo das linhas e elevada qualidade dos movimentos e acabamentos colocam inequivocamente a Breguet no pináculo das marcas que integram a Santíssima Trindade da relojoaria suíça. Tal como os três mosqueteiros, que afinal eram quatro…