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Al mare, al sud

Pequenas ou grandes explosões de mar ocorrem no Al Sud. De olhos postos no mar ali come-se e respira-se a salinidade do oceano, excepção para o pão, para o vinho e para os doces. Feche os olhos, coma devagar e vai ver que resgatará emoções que desconhecia. 

 

É redutor dizer-se que se vai ao jantar Al Sud. A Língua Portuguesa haveria de ter outra palavra para qualificar o que se passa nesta sala de apenas seis mesas onde o palato foi tão feliz que não sabe como contar. Ir ao Al Sud é outra coisa, quase indescritível. Faremos um esforço para reproduzir. 

 

Com vistas incríveis para o Oceano Atlântico que banha a costa algarvia começamos esta viagem no campo de Golf do Palmares Ocean Living & Golf. Viajamos no presente, tiramos apontamentos do passado e do que será o futuro. Ficamos a saber, por exemplo, que, num amanhã não muito longe daqui, o edifício que se vê em construção será o primeiro JW Marriot, um hotel com 172 quartos e que felizmente não sacrificará as vistas panorâmicas que se tem no presente. Com este carimbo, o luxo algarvio alcançará um outro patamar. 

Depois de um passeio de buggy, com os cabelos ao vento, relaxa-se na Club House. Como não somos grandes (nem pequenos) praticantes de golf, oferecemos humildemente o que melhor sabemos fazer: apreciar as coisas boas da vida.  Fazê-lo com Louis Anjos não é difícil. Sorriso de orelha a orelha, feliz por nos mostrar o seu castelo a Sul e os ingredientes que o compõem. Falamos das ostras da ria de Alvor, do peixe e marisco da costa. “Tenho os melhores produtos e respetivas histórias para contar”, reflete. Tem uma carta consistente para quê inventar?

 “Todas as boas memórias acontecem num restaurante” diz a páginas tantas, Carmen Berzatto chef da série de ficção “The Bear” e de facto há imagens deste jantar que ficaram na retina e num lugar onde se arrumam as memórias do palato.  

 

Na cozinha de Louis Anjos quer-se sempre “fazer mais e melhor”.  Com mar à vista o menu de seis ou oito momentos é 98% marítimo. E tudo sabe a mar. “Com esta vista o jantar não correrá mal”, graceja o chef que em fevereiro passado recebeu uma estrela Michelin. A número três desde o começo em 2021. 

 

 

Dono de uma simplicidade desarmante, Louis Anjos, nasceu na vila ribatejana de Minde e lembra-se que em criança gostava de ajudar a mãe e a tia a fazer salame. “Não era suficientemente bom, não vou contar uma história que não é verdade”. Talvez por ter este sentido de perfeição inscreveu-se na Escola de Hotelaria de Fátima. E que felizardos somos por tê-lo feito. 

 

 

O fine dining começa e a declaração de amor aos produtos do mar (e da terra) acontece. 

Oriunda do Porto, Beatriz Dias é chefe de sala da casa há quatro anos e apresenta-nos o “senhor” que se segue, que é como quem diz o jantar: “Todo o menu é inspirado na cozinha portuguesa com maior enfoque na culinária algarvia. A nossa grande inspiração é o oceano. Temos um menu muito dedicado a peixe e a marisco. O nosso chefe decidiu fazer um tributo a um período da história muito específico chamado Al Andalus, quando os árabes invadiram a Península Ibérica. Aqui em Portugal começaram pelo Algarve e trouxeram muitos produtos que usamos nos dias de hoje. Em quase todos os pratos há um produto que foi trazido por eles naquela época.” 

Sejam de um período remoto (séculos VIII a XIII) quando os mouros se estabeleceram na Península, autênticas delicatessen, os amuse bouche desfazem-se na boca. Como diz a palavra francesa divertem as papilas gustativas. Vêm com mexilhão, enguia fumada, gamba da costa e cenoura algarvia. A tartelete de ouriço do mar explode na boca e vai deixar lembranças. Tiramos-lhe uma fotografia talvez para emoldurar nos dias tristes de inverno.  

 

Inesquecível o primeiro prato: atum, ostra, caviar imperial e pepino. O sabor é de tal forma delicioso que decidimos comer o mais devagar que conseguimos. O objetivo é cristalizar o momento. Acompanha o vinho branco Dona Fátima trazido pelo sommelier Nuno Pires que harmoniza o jantar com carisma e simpatia. Mais que um sommelier Nuno Pires é um contador de histórias nato. Fala de vinhas difíceis de plantar ou como determinado vinho tem o poder de refrescar o açafrão.  

 

 

 À mesa brilha o salmorejo, com azeite emulsionado com lavagante e um sonho “de sonho” com recheio de lavagante, pó de tomate desidratado e manjericão. Desfila ainda a lula, o pregado, a caldeirada e o polvo. Este último é o único prato que traz consigo um apontamento de porco ibérico que casa com o vinho tinto “Chão dos Ermitas”.

 

 

 

Tudo o resto sabe a mar. Exceção ainda para o pão que nunca falta numa mesa portuguesa e que molha no azeite ou combina na perfeição com o chouriço de bacalhau.  As especiarias e as ervas de cheiro como os cominhos ou os coentros não faltam em cada momento, mas de forma subtil e necessária. 

Para adoçar a boca mousse de laranja do algarve e limão japonês selado de funcho ou combinação de queijo de cabra com gel de poejo e gel de balsâmico. O repasto, banquete ou festim encerra com o cocktail Galiano que incluiu mais de 30 de especiarias e ervas, xarope de morango e sumo de laranja. Os restantes ingredientes são segredos bem guardados.  

 

 

O hotel 

O Al Sud fica no Palmares Ocean Living perto da Meia Praia de Lagos. A paisagem envolvente é de sonho com vistas panorâmicas para a ria de Alvor e para o oceano Atlântico.  Além dos luxuosos apartamentos de assinatura e de um campo de golfe com 27 buracos, esta unidade tem ainda um hotel boutique com um total de 20 quartos.  

 

 

 

 

 

AL SUD

Palmares Ocean Living & Golf 

Campo de Golfe de Palmares, Odiáxere 

+351 926 292 617

Menu oito momentos: desde 180 €

Menu seis momentos: desde 160 €