Page 107 - Revista Turbilhão 21
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á projectos arquitectónicos tão extraordinários que são
                    elevados a obras de arte universais, pelo seu poder de
                    transformar o mundo da arquitectura e a experiência de
                    quem deles usufrui. Ícones que se tornam celebridades
                    e atraem visitantes de todo o mundo. Lugares de rara
                    beleza, para serem contemplados e admirados como um
            Hobjecto artístico.                                                                                           © Heydar Aliyev Center
            Partir de viagem para (re)descobrir destinos pelo prisma desta
            arquitectura revolucionária pode ser das experiências mais emo-
            cionantes e imersivas das nossas vidas. Prepare-se para se impres-
            sionar com algumas das obras mais emblemáticas da arquitectura
            global, que se tornaram símbolos identitários nos quatro países
            asiáticos que as acolhem.





              © Heydar Aliyev Center

















                                                                        CENTRO CULTURAL HEYDAR ALIYEV





            CENTRO CULTURAL HEYDAR ALIYEV,               cio, de aparência contínua e homogénea, é ritmada pela ligação
            BAKU                                         dos painéis em “costuras” que enfatizam as curvaturas do edifício
            A sua grandiosidade não passa despercebida a   e a mutação constante da sua forma e movimento.
            ninguém que circule na estrada que liga o aero-  No interior, esta fluidez foi levada ao extremo. Os espaços fun-
            porto ao centro de Baku, a capital do Azerbai-  dem-se uns nos outros de modo perfeito, em variações incessan-
            jão. Porém, a leveza das suas formas ondulantes,   tes que nos conduzem numa viagem imersiva por entre ondula-
            que se transformam à nossa vista com a gracio-  ções, dobras e inflexões. São espaços sem fronteiras definidas,
            sidade de um movimento de ballet, leva a crer   que sublimam a cultura Azeri, que acolhem, abraçam e enca-
            que o Centro Heydar Aliyev foi pousado naquele   minham os visitantes, esfumando-se num horizonte infinito de
            lugar. Ou que emergiu do solo, tal é a simbiose   branco. Todas as componentes do Centro – museu, biblioteca e
            da estrutura e do seu interior com a praça onde   auditório – convergem para um  átrio central, local de celebração
            está implantado, numa relação contínua e fluida   da vida pública.
            que parece não ter começo nem fim.           Esta interpretação contemporânea da histórica arquitectura islâ-
            Estas  formas  sinuosas  que  nos  deslumbram   mica é resultado da visão de Zaha Hadid (1950-2016), a mul-
            o olhar escondem uma engenharia extrema e    tipremiada arquitecta iraquiana, que quis criar a ideia de uma
            desafiam as noções de geometria: não há um   “superfície única que funciona como uma paisagem arquitec-
            único ângulo recto à vista. A superfície do edifí-  tónica completa”.




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