Page 115 - Revista Turbilhão 20
P. 115
© Jorge Simão
MESA DE LEMOS
Mas acabou por transformar um hobbie num
caso sério. Ou seja, numa gama de vinhos pre-
miados nos quatro cantos do mundo.
Quem estiver ligado ao contexto vitícola já pro-
vou com certeza, um vinho da marca Quinta
Chef Diogo Rocha
de Lemos. Quem não provou, devia fazê-lo. De
preferência de forma lenta.
“Queremos, por exemplo, que o cliente saiba valorizar a vida dura
COMER E CHORAR POR MAIS de um pescador”, defende o chef.
Com uma vista desafogada para a vinha, o Res- Os sabores de cada prato são harmonizados com um vinho dife-
taurante Mesa de Lemos, só por si, merece visita, rente. Da casa, claro. Há dois menus à disposição: o do chef (135¤
e pode acrescentar-se que é “a” experiência. Irre- + 50¤ com vinho), com oito momentos, e o de Lemos (105¤ +
quieto por natureza, o chef Diogo Rocha con- 35¤ com vinho), com seis momentos. O palato da Turbilhão viajou
cretizou o feito de dar a cara pelo único restau- neste último menu, e a experiência foi uma autêntica explosão de
rante no centro do país com uma Estrela Michelin sabores. Os vinhos eleitos a cada passo fazem sobressair o sabor
(conquistada em 2019), e mais recentemente, a de cada prato.
Estrela Verde, à conta de uma cozinha susten- Com comensais de várias latitudes, o restaurante e o edifício de
tável. Lemos que o acolhe são de irrepreensível bom gosto. A assinatura
Na carta de Verão permanecem o cabrito e o é do Atelier de arquitectos Carvalho Araújo e o design de interiores
bacalhau. As novidades são o pinhão, o espargo, da madeirense Nini Andrade Silva.
o alecrim e tudo o que se defina como “cozinha
de montanha.” O que vem para a mesa tem DAR DE BEBER À ALEGRIA
influências da floresta e dos produtos da esta- Para ficar a conhecer um pouco mais sobre estes novos produto-
ção, que viajam da horta para o prato. Na equa- res do Dão é imprescindível visitar a adega de onde saem estes
ção pesa um elogio aos pequenos produtores. néctares dos deuses. Desta vez é Manuel de Lemos, na casa dos
115