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Entregas e recolhas em loja de compras efetuadas após 18/12 serão entregues a partir do dia 26/12.

A partilha à mesa

Na Quinta de Lemos vale a pena gastar aquilo que temos de mais precioso: o tempo.

“A nossa filosofia de vida é partilhar o que gostamos”, explica Pierre de Lemos, director geral da marca têxtil Abyss & Habidecor. Foi por causa deste sentido de família e de partilha que em 1997 o pai Celso de Lemos comprou uma vinha em Passos de Silgueiros, no distrito de Viseu. A produção de vinho começou a partir de uma quimera. Apetece citar Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”.

A intenção do patriarca era, apenas, criar um vinho de excepção para dar a provar à família e aos amigos espalhados pelo mundo. Mas como tudo o que faz é bem feito, transformou um hobbie num caso sério. Ou seja, numa gama de vinhos premiados nos quatro cantos do mundo.

 

MESA DE LEMOS

 

Quem estiver ligado ao contexto vitícola já provou com certeza um vinho da marca Quinta de Lemos. Quem não provou devia fazê-lo. De preferência de forma lenta.

 

Comer e chorar por mais

Com uma vista desafogada para a vinha, o Restaurante Mesa de Lemos só por si merece visita e pode acrescentar-se que é “a” experiência. Irrequieto por natureza o chef Diogo Rocha concretizou o feito de dar a cara pelo único restaurante no centro do país com uma Estrela Michelin (conquistada em 2019) e mais recentemente a Estrela Verde à conta de uma cozinha sustentável.

Chef Diogo Rocha

 

Na carta de Verão permanecem o cabrito e o bacalhau. As novidades são o pinhão, o espargo, o alecrim e tudo o que se defina como “cozinha de montanha.” O que vem para a mesa tem influências da floresta e dos produtos da estação que viajam da horta para o prato. Na equação pesa um elogio aos pequenos produtores. “Queremos, por exemplo, que o cliente saiba valorizar a vida dura de um pescador”, defende.  À mesa desta casa de portas abertas desde 2014, é fácil professar o lema que deverá ser a sustentabilidade. Os sabores de cada prato são harmonizados com um vinho diferente. Da casa, claro. Há dois menus à disposição:  o do chef (135€ + 50€ com vinho) com oito momentos e o de Lemos (105€ + 35€ com vinho) com seis momentos. O palato da Turbilhão viajou neste último menu e a experiência foi uma autêntica explosão de sabores. Os vinhos eleitos a cada passo, fazem sobressair o sabor de cada prato.

Com comensais de várias latitudes, o restaurante e o edifício de Lemos que o acolhe são de irrepreensível bom gosto. A assinatura é do Atelier de arquitectos Carvalho Araújo e o design de interiores da madeirense Nini Andrade Silva.

 

Dar de beber à alegria

Para ficar a conhecer um pouco mais sobre estes novos produtores do Dão é imprescindível visitar a adega de onde saem estes néctares dos deuses. Desta vez é Manuel de Lemos, na casa dos 20, que nos acompanha. O entusiasmo do neto do patriarca é no mínimo enternecedor. Manuel tem planos para o futuro, mas todos os planos desaguam na Quinta de Lemos. Conta o jovem empresário que “o logotipo da quinta segundo o avô são as quatro fases da lua.”

 

ADEGA DA QUINTA DE LEMOS

 

O neto afiança que também podem ser as monocastas em cima e os blends em baixo. Mas comecemos por ordem cronológica. Contador de histórias nato, o nosso interlocutor assegura que se perdeu um grande futebolista para nascer um grande visionário. Celso de Lemos foi estudar para a Bélgica nos anos 60. Foi lá que se formou, que conheceu a mulher Paulette. Foi também entre a Bélgica e a França que fez o estágio. Voltou para Viseu que considera a “capital de Portugal” e começou a fazer tapetes na garagem da mãe. Há mais de 40 anos. Com quatro funcionários nasce a Abyss & Habidecor, fábrica de têxteis de luxo. Mas isso é outra história.

 

 

“Nasci em 2000, no mesmo ano que o meu avô investiu aqui na quinta”. Com 50 hectares a quinta fica em pleno Vale do Dão que é a mais antiga região de produtores de vinho em território nacional. O clima, o terroir, e as castas autóctones dão origem a vinhos únicos. Rodeada pelas serras da Estrela, Caramulo, Buçaco e Nave a vinha desenvolve-se em solos graníticos e arenosos, recebendo influências atlânticas que se refletem em humidade e frescura. A produção do vinho é amiga do ambiente. A vinha está sujeita às variações do clima, logo cada vinho tem um caracter único. Enquanto Manuel nos guia pelas várias dependências da Adega explica: “são seis mil plantas por hectare e a colheita é toda manual, feita por senhoras dos 50 aos 70 anos que adoram a terra”.

 

MESA DE LEMOS

 

Fiel às práticas ancestrais a quinta construiu em 2015 lagares em granito para a pisa da uva a pé. Os vinhos ficam em estágio cerca de seis a sete anos. Os de 2015 por exemplo só saíram agora para o mercado prontos para o consumidor final. “Deve ser por isso que os nossos vinhos não dão ressaca” brinca.

 

Enólogo Hugo Chaves

 

Ouro líquido

É com Hugo Chaves que nos sentamos à mesa a fazer uma  invulgar prova de azeite. Dos 50 hectares da quinta, sete são de olival. Ao todos são 2500 oliveiras, que se distribuem por cinco variedades: Galega; Cobrançosa, Cornicabra, Arbequina e Verdial. Os sabores variam. Do mais suave ao mais picante. As mesmas senhoras que fazem a vindima estão encarregues de fazer a colheita da azeitona manualmente. Na hora da despedida brindamos com um espumante branco Quinta de Lemos Gégé. Acompanham um camarão tigre e uns espargos da horta, feitos na hora por Hugo Chaves. Em cima da mesa fica o verbo voltar.

 

As dicas de Pierre de Lemos

Metade português, metade belga Pierre graceja que tem “altura belga e sangue português”. Ninguém melhor que ele para dizer quais os caminhos para viver a quinta em todo o seu esplendor.  “É indispensável visitar a adega com o meu sobrinho Manuel, beber um copo de vinho com o Hugo Chaves e provar o azeite com a produtora de azeite Cátia Correia”. Escusado será dizer que o remate de tudo isto acontece no Mesa de Lemos onde todas estas áreas se casam. O vinho, o azeite e a cozinha sofisticada do chef Diogo Rocha. Mediante marcação prévia podem realizar-se também piqueniques, eventos e caminhadas na vinha.

 

A Adega
Segunda a sexta-feira 9h-17h | sábados 13h30-19h
+351 961 158 503 | info@quintadelemos.com

Restaurante Mesa de Lemos
Quarta e quinta-feira 20h-24h | sextas e sábados 12h-15h e 20h-24h | Domingos 12h-15h
+351 961 158 503 | reservas@mesadelemos.com