Page 17 - Revista Turbilhão 22
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HUBLOT                                           BREGUET
            Novak Djokovic                           Classique Double Tourbillon Quai                 VACHERON
            com Big Bang                                   de l'Horloge 5345                         CONSTANTIN





            cia natural da mola principal de perder força
            à medida que se desenrola. Soluções como o
            sistema de fuso e corrente, o remontoir d’égalité   RITMOS INTERIORES
            ou tambores com engenharia optimizada asse-  Mas o tempo não é apenas medida, é também sensação. Os cali-
            guram um ritmo consistente, seja no primeiro ou   bres mecânicos, com os seus movimentos visíveis, expõem um
            no último minuto de autonomia. Uma prova de   tempo íntimo e palpável. O som de uma repetição de minutos,
            que, na alta relojoaria, o tempo deve pulsar com   a rotação de um turbilhão, a dança de um micro-rotor… tudo nos
            igual intensidade, do início ao fim.         recorda que o tempo pode ser sentido.
                                                         Essa dimensão emocional do ritmo é hoje mais valorizada do que
            O TEMPO QUE ORGANIZA O MUNDO                 nunca. Em tempos de aceleração digital, o relógio mecânico ofe-
            Com a industrialização, o ritmo dos relógios pas-  rece um contraponto: um tempo humano, tangível, imperfeito e,
            sou a moldar a vida social. Horários de trabalho,   por isso mesmo, poético. Marcas contemporâneas exploram esta
            sistemas ferroviários, sincronia entre fusos horá-  vertente com relógios minimalistas, cadências suaves e design
            rios – tudo ficou dependente de uma medição   contemplativo.
            exacta e padronizada do tempo. O tempo dei-
            xou de ser natural para ser urbano, controlado,   A MÚSICA DO TEMPO
            quase imposto.                               Há, também, um paralelo evidente entre relojoaria e música. Ambas
            A relojoaria acompanhou essa transformação.   se constroem em torno de ritmos, pausas, repetições. Algumas
            Os relógios ferroviários, os cronógrafos de avia-  casas relojoeiras celebram essa relação com peças inspiradas em
            ção, os relógios de mergulho e os GMT são res-  instrumentos, parcerias com músicos ou complicações sonoras.
            postas directas às novas exigências do mundo   Como uma sinfonia no pulso, o tempo ganha voz.
            moderno. Em cada um, um ritmo específico: o   O tempo é, afinal, um corpo vivo. Vibra, pulsa, dança. E a relojoa-
            batimento preciso de um cronógrafo, a indicação   ria, com a sua precisão silenciosa, dá-lhe forma e batida. Em cada
            simultânea de dois tempos distintos, a robustez   relógio mecânico, sentimos algo mais do que horas: escutamos
            de uma caixa pronta para resistir ao abismo.  o nosso próprio ritmo.






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